O caos me seduz.
Não escrevo isso com um
sorriso no canto da boca, e sim com a impassibilidade de alguém que vive de
buracos. Buracos fundos.
Buracos fundos preenchidos
de vazio.
As personalidades diversas,
da mesma forma que me seduzem, me limitam em determinado momento. Me desfaço
das pessoas muitas vezes porque preciso, porque deixo de sentir. E apenas
parto. Porque sei que só temos essas duas opções: partir ou vê-los partir.
E como parti de mim nessa
vida. Incontáveis e incansáveis vezes deixei-me ir.
Deixo-me ir em demasiado
porque o cansaço corrói. As vozes me cansam do mesmo jeito que a minha voz me
cansa. As risadas me cansam do mesmo jeito que o meu riso tantas vezes me cansa.
Os erros – ah, os erros –, tantos são os erros alheios que um dia foram, são ou
serão meus e que da mesma forma fazem-me gritar de fora para dentro.
É hora de partir.
Nesse mar peçonhento vejo
meu reflexo em forma de cascavel na água. Sou tão cobra quanto as cobras que enjaulei.
Hipocrisia, hipocrisia,
hipocrisia.
Que sabem os homens do
significado além do que consta no Aurélio dessa palavra que corre atrás dos
mesmos como assaltante da Verdade?
Nada. Todos hipócritas por acusarem
a existência da hipocrisia.
E eu, hipócrita assumida por
ser também ser humana assumida, me destruo e destruo tudo que está a minha
volta ao mesmo tempo porque me sufoca mal conseguir suportar em mim meus
próprios defeitos. Libriana desajustada, sussurro pelos cantos:
– Onde está a balança que me prometeram?
Onde está a balança? Onde
está a balança? Pelo amor de Deus, onde está a maldita balança?
Eu tinha a balança.
Lembro-me dela. Lembro-me de conhecer a harmonia. Desconheço-a por completo
agora porque conheci a raiva e ocultei o perdão. Inclusive o perdão próprio e
já não sei mais do que me desculpar.
Hora de partir.
Quero guardar. Quero amar e
conservar o amor. Tarefa difícil essa. Quero poder voltar, porque sinto que sem
tantos erros que coleciono, poderia tornar-me hoje algo bom. Algo que não sou,
definitivamente.
Por favor, alguém queira me
salvar. Já não aguento ver o mundo assim. Já não quero mais tirar pessoas
da minha vida e gostar disso. Alguém queira tirar de mim essa vontade de
machucar que tanto me limita.
Alguém, por favor, me deixa
ser ilimitada.
Muito sensível...o que aliás, em vc é redundante. Bjs
ResponderExcluirSe eu falar que me peguei pensando agorinha nas suas aulas em que poemas lindos são recitados você acredita? Beijos, mestra!
ResponderExcluirProfundos seus textos Natasha! =)
ResponderExcluirPena não ter como seguir o blog (coloca uma caixinha de GFC) aqui, você vai ver vai ser mais fácil de divulgar seu trabalho!
Belas palavras, você escreve bem e o principal.. percebi sentimento em tudo isso! Beijo
Mari Siqueira
http://o-amor-em-poesia.blogspot.com