Bailarinas bailam abaloadas
No meio do salão que veste vermelho
Os moços desequilibrados pelo doce perfume
Aguardam mascarados
Neste baile tudo cabe
Porcelana, isopor, cera ou papel
Mas as máscaras dos rostos vazios
Devem ser o eu que o eu não é
O ser que o moço nunca será
Movido pelo desejo de querer ser
Na fantasia tudo cabe
Burguês, francês, freguês
Sadomasoquista, pessimista, cambista
Astronauta, parasita, sanfonista
Tudo cabe na fantasia
E as bailarinas bailam abaloadas
Misteriosamente mascaradas
De uma pureza casta
Quase sendo isso tudo
Sem deixarem de ser apenas moças
Suspirantes, esperam os que quase são
No meio do salão que veste vermelho
Entre máscaras e valsas
Ser o que quer ser e nunca será é o tema do baile
Onde todos querem ser e nunca serão
É o grande baile de mascarados
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